Ao olhar os dados da Secretaria de Segurança Pública apresentados no
último mês, em especial a produtividade da PMDF é perceptível que os
policiais militares trabalham muito. O Foco da Corporação é a
“operacionalidade” e a “reatividade”, mas a população está satisfeita
com tal resultado? O cliente não tem sempre razão? E a “prevenção”?
Durante o ano de 2015 o discurso da “teoria” versus a “prática”
ganhou força ao ser nomeado um sociólogo para a secretaria de segurança
pública do DF. A pergunta que faço é: está correta tal dicotomia? O
correto não seria discutir “gestão” versus “operacionalidade”? Ou até
mesmo “reatividade” versus “prevenção”? Minha dúvida surgiu após várias
conversas com o ex-secretário Arthur Trindade, enquanto fui seu assessor
especial de gabinete.
Não faltam recursos, a prova disso são os recursos empregados no último mês:
-
2.190 policiais militares por dia foram empregados no atendimento emergencial do 190. (Fato que fortalece o modelo reativo e enfraquece o modelo “preventivo”);
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706 policiais militares por dia foram empregados em “diversas” atividades e operações; (Qual o foco?)
-
897 viaturas foram empregadas por dia nos turnos de serviço. (Quais os resultados geraram? Quais os gastos?)
O emprego dos recursos demonstra um foco da corporação no “modelo
reativo” e pouco foco no “modelo preventivo”, possivelmente por isso
ações de policiamento comunitário são rejeitadas pela Corporação. O que é
péssimo para a população e para o governo.
O fato de termos “diversas” operações e “atividades” demonstram a
necessidade de um foco e os desvios de emprego do efetivo durante a
atividade diária demonstram que o papel da polícia ainda precisa melhor
definido. Afinal, segurança pública se faz com a redução de espaços onde
atua o criminoso. A dúvida é: tais espaços precisam ser reduzidos antes
ou após o cometimento do crime?
Durante uma pesquisa realizada por mim sobre policiamento comunitário
perguntei aos entrevistados o que vinha a mente deles quando lembravam
de uma “viatura policial” as respostas se repetiram no sentido de que
“lembravam-se de um “carro” com dois ou três “indivíduos” com o “braço
para fora” “sumindo ao longe”, o que demonstra o distanciamento que a
viatura traz. Falar em viaturas e aproximação entre a polícia e a
comunidade e antagônico, quando se foca apenas nisso. Quando se tem 897
viaturas espalhadas sem foco, rodando feito “baratas tontas”
reativamente, após o crime já ter ocorrido, a única certeza que temos é
do aumento do consumo de gasolina e de gastos com as viaturas.
Quando analisamos os procedimentos adotados pela Corporação, outro
diagnóstico pode ser feito. É possível claramente definir qual é a
prioridade dos policiais, inclusive saber se estão focando em drogas,
patrimônio ou na proteção da vida. Fica fácil definirmos que polícia nós
temos, para quem sabe começarmos a pensar sobre que polícia nós
queremos! As ações policiais precisam ser mais efetivas, eficazes e
eficientes. A aproximação entre a polícia e as comunidades é uma
necessidade.
Fonte: JABASTA(http://www.jabasta.com.br/)
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