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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Greve dos servidores será ampliada




Um dia depois do início da paralisação dos funcionários da saúde, 32 categorias se unem hoje ao movimento, que protesta contra o não pagamento imediato dos reajustes. Ontem, apenas pacientes da emergência conseguiram atendimento

A reunião entre dirigentes do governo e sindicalistas durou menos de 20 minutos e, como o Executivo local não recuou da decisão de pagar os benefícios aos servidores apenas em maio do ano que vem, 32 categorias organizam greve geral a partir de hoje. Órgãos como Departamento de Trânsito (Detran-DF) e Na Hora deverão suspender o atendimento. Também não haverá aulas. Ontem, quem recorreu à rede pública de saúde enfrentou diversos gargalos. Os profissionais da área foram os primeiros a iniciar a greve. Pacientes que tinham cirurgias e consultas agendadas voltaram para casa sem atendimento. Apenas casos de emergência tiveram prioridade. Alguns hospitais recusaram receber doentes. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) operou com 50% das ambulâncias. Hoje, os servidores voltam a se reunir em assembleia para definir os rumos do movimento.

A movimentação nos hospitais transitou por dois extremos: de um lado, prontos-socorros lotados; do outro, pacientes dispensados ainda no portão. Em Brazlândia, a triagem não funcionou e a espera chegou a oito horas no hospital daquela cidade. “Não explicaram como estão atendendo. Aqui, normalmente é cheio, mas hoje (ontem) está insustentável”, reclamou o assistente administrativo Luís Alberto Ferreira, 29 anos. Ele chegou às 7h e às 16h ainda não tinha previsão de atendimento. “O que acontece nos hospitais é uma calamidade.”

A 65km dali, no Hospital Regional de Planaltina (HRP), pacientes aguardavam nervosos. Doentes não receberam medicação. Não havia técnico em enfermagem para administrar a dosagem dos remédios. “Nenhum paciente novo deu entrada. Os que já estavam lá estão sendo acompanhados na medida do possível. As pessoas eram aconselhadas a voltar para casa ou a procurar postos de saúde”, contou o aposentado Palmerom Carvalho Sousa, 70, que tinha uma consulta marcada.

Para a aposentada Maria Aparecida Alves Oliveira, 81, e a neta Elayne Ferreira, 12, a quarta-feira foi de peregrinação. Acordaram às 4h, saíram do Arapoanga com a intenção de conseguirem atendimento no HRP. Elas permaneceram na unidade por volta de duas horas. Sem o encontro com o médico, recorreram ao Centro de Saúde nº1 daquela cidade. Por volta das 11h, aguardavam o ônibus para voltar para casa. 

A unidades de pronto atendimento (UPAs), os postos de saúde e as clínicas da família ficaram às moscas. Gestantes, idosos e crianças sequer chegaram a entrar nesses locais. O discurso era o mesmo: “Procure os hospitais ou volte para casa”, repetiam os vigilantes, mesmo conscientes de que não haveria atendimento.

A ortopedia do Hospital Regional de Sobradinho (HRS) passou boa parte do dia cheia. Apenas um médico atendia. No pronto-socorro, os pacientes mais persistentes insistiram em fazer a triagem e aguardar, mesmo com a incerteza. “Conseguimos mobilizar 50 servidores da enfermagem. Os atendimentos são aqueles de máxima urgência”, confirmou a servidora Márcia Alves.

Mais protestos
Três entidades encabeçaram a paralisação dos servidores da saúde: o Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF), o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Sindate-DF) e o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos em Saúde de Brasília (SindSaúde). A articulação para a greve começou no início da semana. “Os presidentes de todas as categorias concordaram com a ação de greve. O prejuízo é para a população. Os problemas nos hospitais, nas UPAs e nos postos de saúde serão acentuados”, garante Carlos Fernando da Silva, vice-presidente do SindMédico-DF.

Para hoje, a primeira manifestação contra o Buriti está prevista para as 9h, em frente ao Hospital de Base. Funcionários da saúde prometem paralisação contra a implantação de organizações sociais na gestão dos hospitais. A categoria encara como “terceirização” dos serviços. “Os servidores são contra como está sendo feita esse processo. As OSs não melhoraram em nada a saúde onde foram implantadas”, rebate Carlos.

O governo não estimou os danos à população com a interrupção dos serviços. A Secretaria de Saúde informou, em nota, que o atendimento de emergência e ambulatório é mantido com 30% de servidores, como previsto em lei.

Fonte: CorreioWeb (http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/cidades/2015/10/08/interna_cidades,184798/greve-dos-servidores-sera-ampliada.shtml)
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